Os Vingadores 2: A Era de Ultron


Você se lembra de Toy Story? Sim, aquele primeiro longa-metragem produzido completamente em computação gráfica, que praticamente ditou o futuro das animações e recebeu três indicações ao Oscar incluindo Melhor Roteiro? Pois bem, o projeto foi engavetado algumas vezes pelo fato de ninguém conseguir dar uma estrutura narrativa coesa a ele, até que chamaram um cara, e ele salvou tudo. Foi praticamente o responsável por criar o roteiro e a história que tanto conhecemos e assistimos na nossa infância. Ele deu vida a Woody, Buzz e sua turma. 

Ok, bonita história. Mas o que isso tem a ver com Os Vingadores? Ora, meu caro leitor, praticamente tudo. O cara chamado pra salvar a Pixar de um desastre foi nada mais, nada menos que Joss Whedon, criador da aclamada série americana Buffydiretor de Os Vingadores e, deste que vos falo, Os Vingadores 2: A Era de Ultron.

Nesta sequência, que marca o fim da fase dois da Marvel, Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) voltam a trabalhar juntos para tentar deter Ultron, um programa falho projetado por Tony Stark. 

É impossível falar deste filme sem citar, mais uma vez, a força que a Marvel possui neste projeto tão ambicioso. Não tem mais como dar errado e a tendência é só de evoluir se eles souberem administrar o tanto de informações ao público a respeito das tramas e seus diversos personagens. Na HQ é simples, no cinema, naquele momento dentro de uma sala, nem tanto. 

Esse talvez seja o único defeito de A Era de Ultron. O filme é longo e na primeira parte, o espectador recebe uma dose absurda de informações e personagens diferentes, o que pode acabar confundindo os menos aficionados por quadrinhos, pelo menos por alguns minutos.  

Por sorte, graças à direção de Whedonesse detalhe não chega nem perto de influenciar a qualidade do longa. Ele não perde a mão e deixa tudo coerente. Além de conseguir mais uma vez trazer o que há de melhor em cada um de seus protagonistas na mistura de gêneros entre ação, comédia e drama. 

É nítido que ele usou a mesma estrutura narrativa do antecessor. A mesma construção dos acontecimentos e dos fatos. Mas a diferença está exatamente na evolução e no amadurecimento da trama, que parece ser mais conciso, mais consolidado e tudo fica mais fácil, já que não há mais a necessidade de separar um espaço para apresentar os personagens. 

Uma das boas características da Marvel é que a Casa das Ideias não fica no mais do mesmo e tenta se reinventar cada vez mais. Guardiões da GaláxiaDemolidorsérie recém lançada no Netflix estão aí para nos provar isso, A Era de Ultron também.  

O estúdio aposta num longa mais maduro e sombrio que seu primeiro filme. Além de possuir uma história melhor desenvolvida, elementos dramáticos são incluídos na trama para dar uma certa humanização nos personagens. 

Se em Os Vingadores algumas pessoas achavam que se tratava de um Tony Stark e seus amigos, nesta sequência ninguém pode reclamar. Todos os personagens estão igualmente introduzidos. Cada um possui seu conflito interno e seu espaço para mostrar serviço, seja em ação ou mesmo no quesito atuação. 

Os quatro principais atores (Downey Jr., EvansHemsworth e Ruffalocontinuam fazendo um bom trabalho, mas não há nenhum destaque a pontuar. Já a dupla de coadjuvantes, Jeremy Renner e Scarlett Johansson são dois grandes trunfos para o filme. 

Renner possui um destaque maior, desenvolve um papel bastante importante para o enredo e protagoniza ótimas cenas quando se trata de alívio cômico. Seus diálogos sempre valem a pena. Johansson, por sua vez, tem a tarefa de ser a única mulher do grupo e ser um pouco menos infantil que seus companheiros. Além disso, sua química com Ruffalo é muito boa na relação entre Viúva Negra e Hulk, essa que cresce desde o primeiro filme. 

Diferente de seu antecessor, Os Vingadores 2 - A Era de Ultron marca o encerramento da segunda fase da Marvel ao mesmo tempo que se inicia a terceira. Desta vez, sem os olhares atentos de Joss Whedon, que se despede da franquia com seu melhor filme na carreira. O diretor soube canalizar o excesso de informações e dar elementos mais maduros à sequência. Resta saber agora se a Disney, junto à Casa das Ideias conseguirá manter o nível até o fim, já que a tendência de saturação do gênero cresce cada vez mais. É preciso se reinventar, e até 2018 tem muito chão. 

Nota:

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