Noite Sem Fim



Liam Neeson é um ator versátil. Seus personagens variam entre diversos gêneros. Porém, isso não o impede de ter uma característica comum em muitos de seus filmes: O ator irlandês, de uns tempos pra cá, passou a ser figurinha carimbada em filmes de ação, onde a matança e as perseguições desenfreadas rolam soltas.  

Só para se ter uma ideia, entre 2014 e 2015, ele já protagonizou quatro filmes de ação. A terceira sequência de Busca Implacável, Caçada Mortal, Sem Escalas, e agora, coincidentemente do mesmo diretor do último citado, Noite Sem Fim. 

O filme conta a história de Jimmy Colon (Neeson), um ex assassino da máfia que se vê em uma sinuca de bico quando seu filho se torna alvo de Shaw Maguire (Ed Harris), seu ex-chefe e amigo de longa data. Agora, Jimmy precisa escolher se está do lado de sua família do crime, ou a verdadeira, essa que abandonou há muito tempo. 

O espanhol Jaume Collet-Serra não é lá um grande diretor. Seu repertório também não é lá grandes coisas. No entanto, existe uma certa evolução em relação a seus últimos dois lançamentos. Desconhecido (interpretado adivinhem por quem?) e Sem Escalas são filmes medianos, que conseguem agradar em alguns momentos.  

Noite Sem Fim, por sua vez, conquista o espectador e mostra um avanço nas capacidade de direção do espanhol, além de conter um roteiro bem desenvolvido, que desafoga a ação desenfreada em bons momentos de relações familiares. 

Inclusive, é a partir deste plot em que a história se desenvolve. Os dois lados da moeda estão apenas interessados em proteger seu bem maior, a família. O filme todo acontece durante a noite, o que contribui para o clima de suspense que o diretor tenta inserir no enredo. 

Já a ação é trabalhada em boas sequências de efeitos visuais e especiais. Obviamente, Neeson contribui muito para isso, já que é dele que partem boa parte das cenas de conflito corporal e armado. 

No entanto, Serra ainda possui a falha de não segurar boas atuações ao lado do protagonista. Joel Kinnaman não convence ao interpretar o filho de Jimmy, assim como Ed Harris no papel de Shaw. Mas, no caso do segundo, ainda assim há ótimas cenas de diálogo entre ele e Neeson, o que ajuda a sustentar quase duas horas de longa. 

Com boas doses de ação, suspense e drama, Noite Sem Fim abusa dos clichês, mas aposta num ótimo entrosamento entre o carismático Liam Neeson e o competente Jaume Collet-Serra, que tenta trazer um pouco mais o lado humano das situações neste novo longa. Porém, é necessário ressaltar o quão saturado o público está de ver o ator irlandês em ação em filmes praticamente iguais. Não há duvidas de que ele pode fazer muito mais ao invés de se tornar o novo Clive Owen ou John Cusack.

Nota:

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