Mad Max: Estrada da Fúria



Mad Max (1979) é um filme australiano, dirigido por George Miller e estrelado por Mel Gibson, que conta a história de Max Rockatansky, um policial rodoviário que busca vingança por uma gangue ter assassinado sua família num mundo pós-apocalíptico, onde o povo briga violentamente por gasolina e água. O segundo filme foi o responsável por dar popularidade mundial à franquia e a consolidou, tanto que nos EUA foi intitulado de Road Warrior (1981), pois poucos conheciam o primeiro. O longa faturou cerca de $ 20 milhões e alavancou Mel Gibson em Hollywood.  

Se você não assistiué basicamente isso que você precisa saber sobre Mad Max antes de ver o novo filme. Estrada da Fúria chega aos cinemas trinta anos após o lançamento do terceiro longa. Já para os fãs basta apenas avisar que desta vez, George Miller pirou. E não, não é negativamente falando. 

O longa gira novamente em torno do anti-herói Max, agora interpretado por Tom Hardy. Desta vez, ele é capturado por nativos de uma Cidadela, governada pelo bizarro Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, que também interpretou o antagonista lá no primeiro filme). Por obra do destino, ele é envolvido numa caçada à Imperatriz Furiosa (Charlize Theron), que foge da Cidadela levando algo precioso de Immortan Joe. Sendo assim, Max se vê obrigado a fazer aliança com Furiosa se quiser continuar a seguir seu caminho. 

Com Hollywood sofrendo cada vez com saturação de gêneros, filmes genéricos e pouco criativos, eis que surge um diferente daquilo que estamos acostumados. O roteiro pode não ser lá essas coisas, mas ainda assim consegue ser mais inteligente que muitos longas por aí. A ideia é fazer com que o público entenda não pelos diálogos, nem explicações, mas pelas ações. Parece difícil, mas o diretor consegue fazer isso com bastante clareza, até mesmo quem não assistiu aos antigos. Tudo fica bem claro sem precisar que ninguém desenhe para entender. 

Claro, tudo isso é mérito de George Miller, que sabe bem como contar histórias de um jeito diferente. Durante duas horas, o espectador é inserido no clima frenético das perseguições praticamente sem poder respirar. Para se ter uma ideia, a sequência da primeira perseguição dura cerca de quarenta minutos. É nonsense, megalomaníaco e bonito de se ver, com direito a carros esportivos e grandes máquinas (mais de 150 foram construídos, e destruídos, diga-se de passagem), personagens bizarros e um incrível tanque com tambores e um homem bizarro  que toca um guitarra que solta labaredas para animar ainda mais a caçada (SIM, É SÉRIO!). 

A impressão que dá é que tudo é uma cena só, com rápidos intervalos para que a plateia assimile o que está acontecendo. E o mais incrível é que, apesar dos absurdos, tudo é coerente. Isso sem contar o fato de que ele foi rodado à moda antigacom o mínimo de efeitos especiaisvisuais e todo feito com dublês e boas coreografias, inclusive a maioria das explosões e acidentes de carros foram feitos de verdadeUm alívio pra quem não aguenta mais ver sequências de ação em que você não sabe quem tá batendo, ou quem tá apanhando. 

Além disso, tudo o que é aspecto técnico é muito bem feito. Por ser totalmente voltado para o visual, Miller cuida de cada detalhe como se ele fosse o principal elemento, desde o figurino até a fotografia. E como não deu para filmar na Austrália, o deserto da Namíbia foi cirurgicamente bem escolhido. 

Porém, não fosse a habilidade de Miller em fazer com que os personagens ganhassem identificação para cair nas graças do público, talvez tudo isso fosse por água abaixo. Até porque, com exceção de Charlize Theron, as atuações são razoáveis, inclusive a de Tom Hardy, um tanto quanto inexpressivo e sem tanto carisma quanto tinha Mel Gibson, infelizmente, comparações são inevitáveis. Um destaque para Nicholas Hoult, que interpreta um dos Garotos de Guerra de Immortan Joe, uma bela retratação de humanização dentro de um mundo pouco explorado. 

Com uma boa história contada por meio da ação, poucos diálogos, sequências primorosas e um guitarrista insano elementos que beiram o trashMad Max: Estrada da Fúria conquista os fãs dos clássicos (que ganham alguns easter eggs pelo caminho), ao mesmo tempo em que fisga os novos espectadores com sua modernidade, inteligência e inovação. Não é um remake, nem uma sequência, muito menos um reboot. É Mad Max, ponto. George Miller provou, mais uma vez, que há certos personagens duram para sempre, e Max Rockatansky é um deles. 

Nota:
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