Terremoto: A Falha de San Andreas



Filmes catástrofes sempre foi um subgênero presente em Hollywood. Os chamados Disaster films começaram em 1970 com Aeroporto e nunca mais largaram seu posto no mercado. Até porque, não precisam de um roteiro bem desenvolvido e o público adora ver a terra sendo devastada, seja por invasões alienígenas ou causas naturais. É o típico filme pipoca feito para entreter e que, com o avanço da tecnologia e efeitos especiaisse satura cada vez mais com um lançamento ao ano. 

O da vez é Terremoto: A Falha de San Andreas, em que o título diz tudo: A Falha de San Andreas é uma rachadura na Califórnia que marca o limite de duas placas tectônicas, o que deixa a área com uma propensão maior a tremores terrestres. E adivinha o que acontece? TÃDÃ. E em meio a todo esse desastre está Ray (Dwayne The Rock Johnson), um bombeiro especializado em resgastes aéreos que precisa, ao lado de sua ex-esposa (Carla Guggino), encontrar sua filha (Alexandra Daddaro). 

Obviamente, este é mais um blockbuster catástrofe mais do mesmo para se assistir despretensiosamente. Não espere um filme desenvolvido, nem um enredo bem elaborado. Brad Peyton, que não tem um bom currículo, entrega um longa raso mas que consegue prender o espectador com um ritmo acelerado. 

Talvez, o maior problema dele (e de todos os filmes do estilo) seja destacar as principais cenas no trailer, o que prejudica e faz com que o fator surpresa não seja efetivo. Então, se você ainda não viu nenhum trailer, mantenha-se assim para assistir, pode ajudar muito. 

O filme tem tudo que se tem direito: O pai recém separado, a ex-mulher, o atual marido dela, a filha bonita, o cientista e, lógico, o patriotismo exacerbado. A velha história de sempre. No entanto, há alguns elementos que fazem a diferença, tanto para melhor, quanto para pior. 

Filmes catástrofes hoje abusam dos efeitos especiais e visuais com objetivo de tornar a situação ainda mais real. Mas o problema é que Terremoto sofre com o detalhe de não ter mais novidade nenhuma. 2012 (2009) já destruiu o planeta de todas as formas possíveis, assim como este tenta destruir a Califórnia do mesmo jeito. Roland Emmerich é praticamente Os Simpsons dos filmes desastres, já fez de tudo e nada que façam de novo será novidade. 

Por isso, talvez um mérito de Peyton seja ter feito algumas alterações na espinha dorsal dos clichés. Como é o caso de colocar a atriz Alexandra Daddario como, ao invés da filha indefesa e assustada, uma personagem forte e que sabe o que está fazendo ao ajudar dois irmãos também a sobreviver. 

Daddario, além de bela nas telonas, é uma grande atriz e que faz por merecer todo o destaque da trama, ainda mais com a carga dramática imposta na parte final. Por outro lado, Carla Guggino é um desperdício, já que ela tem pouco destaque e quando tem é para discutir um problema familiar a todo momento. Sabe, aquele passado conturbado que todo casal em filmes assim sofreu antes de se separar e eles decidem discutir enquanto a Terra tá acabando. 

Dwayne Johnson (não dá, eu tento, mas é sempre The Rock), por sua vez, faz o papel de sempre. O grandão que atravessa a cidade e tenta salvar todos em seu caminho. Ele tem lá seus méritos, é um cara carismático e faz seu trabalho bem. Ainda assim, é nítido que sua escolha para o papel é apenas para alavancar a bilheteria a fim de pagar ao menos o alto custo de produção. 

No mais, é difícil falar muito sobre um filme desastre. Seu objetivo é sempre entreter e ser divertido. E apesar de ser repetitivo e um saco de clichés com bons efeitos e alguma história, Terremoto: A Falha de San Andreas cumpre bem esse papel. Não tá fazendo nada no final de semana? Porque não? 

Nota:

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