No entanto, a série quase acabou com o pouco arrecadamento de bilheteria em M:I 3. A Paramount engavetou projetos e rompeu o contrato de Cruise que, por sorte, anos depois voltou a conversar com o estúdio para insistir em apostar em mais uma sequência. Dito e feito. Protocolo Fantasma foi lançado em 2011 como um sucesso de crítica e bilheteria. A franquia estava reerguida e com o quinto filme já encaminhado.
Missão: Impossível - Nação Secreta chega ao cinemas nesta semana e parte da sequência de seu anterior. Hunt confirma a existência do Sindicato, uma organização de assassinos secretos altamente treinados ao mesmo tempo em que é caçado pela CIA e a IMF é desmantelada pelo governo dos EUA.
Como disse anteriormente, M:I nunca me fez brilhar os olhos. Sempre preferi o estilo mais classudo de 007. Mas é necessário admitir que nenhum dos filmes me fez torcer o nariz. Pelo contrário, todos agradam e divertem à sua maneira. Ainda assim, Protocolo Fantasma me fez ter um pouco mais de atenção aos próximos que viriam.
Nação Secreta traz a essência de um filme de espionagem moderno ao mesmo tempo em que se atenta ao seu passado. O diretor Christopher McQuarrie, que já havia trabalhado com Cruise em Jack Reacher, faz um ótimo trabalho quando se trata de equilíbrio entre as sequências de ação e continuidade do roteiro. E não só nas cenas de tiros e explosões, mas nas diversas cenas em que o espectador prende o fôlego diante de um diálogo ou acontecimento esperando o desfecho daquele momento. Um destaque para as sequências dentro de uma usina e em Marrocos, numa perseguição frenética de motos.
A grande força do filme está exatamente nesse elemento: O bom filme de ação-com-explosões-e-tiros mesclado ao bom trabalho dos roteiristas e do enredo, que é bem amarrado, dinâmico e faz o público pensar em quais serão os próximos passos dos protagonistas, sem dar muitas pistas até o ato.
Outro grande trunfo está nas atuações do elenco. A equipe que deu certo em Protocolo Fantasma retorna (com exceção de Paula Patton) melhor entrosada com uma pitada de Ving Rhames. O ator retorna apenas para compor elenco, mas possui algumas cenas cômicas que relembram os primeiros filmes. Simon Pegg (Benji) é o responsável pela maioria das sequências engraçadas, mas também cumpre seu papel sério como agente de campo muito bem, sem dúvidas é um destaque. Jeremy Renner (Brandt) é outro que faz um ótimo trabalho, apesar de pouco aproveitado. O ator cresce cada vez mais e se mostra à vontade em diversos tipos de personagens. O elenco ainda conta com Alec Baldwin num personagem determinante para o desfecho.
Porém, os maiores destaques são os dois protagonistas, a começar por Rebecca Ferguson. A atriz interpreta Ilsa, uma agente infiltrada no Sindicato que não sabe bem a quem deve sua lealdade. A personagem é um grande ponto alto que contribui para aquele elemento surpresa desde o inicio. Mas, sem dúvida o grande pilar ainda é seu personagem principal: Ethan Hunt.
Tom Cruise, assim como a maioria dos grandes atores de ação, é a principal razão pelo sucesso de sua franquia. O ator passou pro problemas pessoais nos últimos anos e isso o prejudicou em diversos trabalhos. Mas parece que está tudo voltando aos eixos e Cruise está recuperando sua melhor forma, aquela conhecida nos anos 90. Especificamente, este papel parece ser sua maior paixão, principalmente quando se trata de, aos 53, não usar dublês nas cenas de ação. E tudo que é feito com paixão é bem feito.
Divertido, com boas cenas de ação, enredo bem desenvolvido e elenco competente, Missão: Impossível - Nação Secreta mantém a série viva e cada vez melhor. Em um ano em que as franquias dominam o circuito e não vão tão bem assim, eis que uma se destaca e mais, mostra perspectivas sobre o futuro dela. Desta vez, Tom Cruise e sua turma podem falar, missão cumprida.

