Com o Sala Sete não foi diferente. Depois de ter assistido ao filme e ter ficado encantado com a quantidade de músicas boas dentro de um filme só, o blog resolveu relembrar outros filmes que possuem suas coletâneas que facilmente poderiam ser volumes das fitas musicais de Peter Quill, chamadas de Awesome Mix.
Já colocou seu walkman? Então veja nossa lista e aproveite para ouvir as sete melhores trilhas sonoras de todos os tempos.
(500) Dias com Ela (2009) - Marc Webb
Marc Webb foi diretor de videoclipes antes de encarar a carreira de diretor de cinema, portanto, o cara sabe muito quando se trata de sincronizar o som com a imagem. Não é a toa que O Espetacular Homem-Aranha possui boas sequências e ótima trilha.
Mas sem dúvida seu melhor trabalho foi na sua estreia, com (500) Dias com Ela, filme que conta a história de Tom, um garoto tímido que conhece e se apaixona por Summer, uma garota que acredita muito pouco no amor.
A trilha é escolhida a dedo e tem uma força enorme na trama, já que ela é toda de acordo com os sentimentos do protagonista. Essa é uma daquelas trilhas que fazem parte da história.
Mesmo não tendo grandes figurões da música, o filme conta com as canções da banda britânica The Smiths e algumas que vão de Carla Bruni e Regina Spektor até as alternativas The Temper Trap e Mumm - Ra.
Trainspotting (1996) - Danny Boyle
Trainspotting é um clássico dos anos 90. O longa é baseado no livro intitulado Trainspotting escrito pelo escocês Irvine Welsh, que foi publicado em 1993, três anos depois, chegou aos cinemas a versão cinematográfica homônima, dirigida por Danny Boyle.
Protagonizado por Ewan McGregor, o filme se passa em Edinburgh, na Escócia, e gira em torno de quatro amigos que estão constantemente em contato com as drogas e não sabem muito bem o que fazer da vida.
O filme é uma verdadeira viagem e a trilha sonora não poderia ser diferente. Para climatizar as sensações dos personagens - sejam elas em estado sóbrio ou com heroína no sangue - clássicos como Iggy Pop, Primal Scream, Blur, Lou Reed e New Order entram em sincronia com as cenas e induzem o telespectador a viajar pela trama.
A cena inicial, em que o protagonista reflete sobre sua situação (em um discurso fantástico) enquanto é perseguido por dois homens é embalada por Lust For Life de Iggy Pop. Já dá pra perceber o quão boa a trilha é logo de cara.
Cameron Crowe foi editor da Revista Rolling Stone antes de seguir carreira no cinema, então é fato que o cara manja alguma coisa de música. E não tem nada melhor que inserir essa sua experiência em seus filmes, como é o caso de Quase Famosos.
O filme é uma comédia que conta a história de um jornalista de 15 anos que vai acompanhar, para a revista Rolling Stone, uma banda chamada Stillwater em uma turnê nos anos 70. A trama, na verdade, é um tanto quanto autobiográfica, já que Crowe se retratou no personagem visto que ele próprio viveu essa mesma história quando era jovem – só que, no filme, a banda é fictícia, e ele, na vida real, acompanhou turnês de bandas como Led Zeppelin e Lynyrd Skynyrd. Pouca coisa.
Então é obvio que um filme onde o foco são as músicas dos anos 70 tivesse um trilha sonora tão boa quanto os anos dourados do rock.
The Who, Beach Boys, Rod Stewart, Lynyrd Skynyrd, Led Zeppelin, Elton John, David Bowie e Cat Stevens são algumas que entraram no álbum oficial do filme e, para se ter uma ideia, Black Sabbath, Neil Young e Deep Purple foram outras que ficaram de fora dele por não caber todas as músicas no álbum. Ou seja, o filme é excelente, mas se torna obrigatório para todos os verdadeiros amantes do bom e velho Rock N' Roll.
Juno (2007) - Jason Reitman
Juno é um filme um tanto quanto esquisito. Ele tem uma pegada indie e um roteiro nem tão atrativo assim. Mas o filme levou o Oscar de Melhor Roteiro Original e conquistou a maioria dos espectadores que lhe deram uma chance, eu inclusive.
Interpretada pela ótima Ellen Page, Juno é uma jovem de 16 anos que acidentalmente engravidou de Paulie (Michael Cera), um grande amigo com quem transou apenas uma vez. Inicialmente ela decide fazer um aborto, mas ao chegar na clínica muda de ideia e passa a procurar um casal a quem possa entregar o bebê, já que não possui condições de criá-lo. É assim que conhece Vanessa e Mark, um casal com boas condições financeiras que está disposto a bancar todas as despesas médicas de Juno.
Composta por músicas com vozes serenas ao som de violão, o efeito da trilha é bem semelhante ao de (500) Dias Com Ela: É responsável por ilustrar a situação dos personagens.
Assim como o filme citado, Juno não possui grandes ícones da música e, com exceção ao Sonic Youth, o restante só é conhecido pelo publico mais alternativo. O que não é demérito nenhum, já que o disco liderou a lista dos 200 discos mais vendidos nos EUA em sua semana de estreia, fato este que não era registrado desde Titanic, em 1998.
Belle & Sebastian, Buddy Holly, Cat Power e The Velvet Underground são outros pontos fortes da trama, mas o destaque vai para a música Anyone Else But You do The Moldy Peaches. A música é cantada pela dupla de atores ao final do filme e eu duvido você não cantarolar ela depois de assisti-lo.
Ah, sério. Tarantino dispensa comentários quando se trata de trilhas sonoras. Mas é em um de seus filmes mais marcantes que o diretor também colocou a trilha no mesmo posto de inesquecível. O filme foi considerado um marco do cinema contemporâneo que aborda nada menos que a violência, seja gratuita ou não. Dispensa apresentações.
Sua cena inicial é embalada por nada mais, nada menos que Misirlou. Uma espécie de Surf music com jazz
Além disso, Kool and the Gang, Dusty Springfield e Al Green compõem a atmosfera urbana dessa obra-prima de Tarantino, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França, há 20 anos.
Isso sem contar a famosa cena de dança entre Vicent Vega e Mia Wallace, ao som de Chuck Berry e que até hoje é lembrada e repetida em qualquer festa de casamento.
Outro diretor que possui precisão cirúrgica para a maioria de suas trilhas é Martin Scorsese. Fã de boa música e diretor de dois documentários sobre o tema (Shine a Light e No Direction Home), o cara não poupa esforços em um dos melhores filmes de sua carreira: Os Infiltrados.
A história gira em torno de um agente secreto contratado para se infiltrar num poderoso grupo criminoso da máfia irlandesa de Boston. Ao mesmo tempo, um integrante da mesma máfia consegue penetrar na força policial para servir como informante. Agora, os dois têm que descobrir a identidade um do outro.
O elenco é primoroso e conta com DiCaprio, Matt Damon, Mark Wahlberg e Jack Nicholson, que fazem um trabalho genial composto por uma trilha com The Rolling Stones, Rogers Waters, The Beach Boys e Dropkick Murphys, esse ultimo é responsável pelo tema principal e grande destaque.
Uma das minhas adaptações de quadrinhos favoritas é, também, uma das minhas trilhas favoritas.
A história gira em torno do período da Guerra Fria em plena corrida nuclear. Após uma lei criada em 1977, as atividades de mascarados em combate ao crime eram proibidas, o que acabou com a carreira de inúmeros super-heróis. Em 1985, nesse clima de tensão, um deles é assassinado, que faz com que Rorschach (Jackie Earle Haley), acredite que sua morte seja o indício da existência de um assassino de mascarados.
Só os créditos iniciais - uma cena fantástica é ditada pela canção The Times They are a Changin' de Bob Dylan - já dá indícios de que a trilha seria um dos grandes trunfos do filme. Fato concretizado, já que na lista de canções contém Jimi Hendrix, Simon & Garfunkel, Janis Joplin e Leonard Cohen. Pouca gente boa, né?
Então, já ouviu alguma dessas trilhas? Então corre que a maioria (se não todas) estão no Youtube ou disponíveis para download em algum lugar da internet.