Um filme cheio de personagens nonsenses, enredo criativo e situações hilárias. Não, não é do Woody Allen. Moonrise Kingdom é dirigido por Wes Anderson, diretor americano cujo mantém a fama de seguir uma característica em todos os filmes que faz.
Wes Anderson possui uma característica única em seus filmes, que é utilizar personagens de desarranjos sociais e afetivos em um mundo completamente diferente do que estamos acostumados a viver. Neste, podemos usufruir da leveza e inocência que há dentro da trama, onde nos identificamos com os personagens principais e passamos a tratar os adultos como os vilões do enredo. Todos os personagens beiram o ridículo, mas são carregados de metáforas e criticas caricatas sobre o mundo moderno.
Outro ponto positivo no filme é a questão do diretor não poupar características teatrais e referencias aos filmes independentes, como cenários claros, planos abertos e horizontais, além do maior destaque à cor amarela, como em Pequena Miss Sunshine.
Os casal protagonista apesar de estreante, se mostra preciso e eficaz, transparecendo toda aquela inocência que todos já passaram com seus primeiros amores na infância. Ambos estão ótimos em seus respectivos papeis, combinam e estão em perfeita sintonia. Aparecem como duas promessas daqui pra frente. O elenco também conta com os experientes atores Bill Murray, Bruce Willis e Edward Norton, que também dão show de atuação, principalmente com os dois últimos, que não estamos acostumados a ver filmes desse gênero com eles.
O resultado do roteiro, escrito por Anderson junto a Roman Coppola é satisfatório, principalmente pelos diálogos bem estruturados. A trilha sonora e direção de arte, são as principais responsáveis por nos levar para um mundo novo e absurdo, mas completamente divertido.
Leve e gostoso de se ver,Moonrise Kingdom é um filme que prova que algumas realidades, merecem ser encaradas com certa insanidade. É tão inocente, que até mesmo as questões sociais e tabus do filme são transmitidos ao ponto de vista de duas crianças que só querem viver felizes para sempre ao lado do outro. Wes Anderson pode não ser um diretor fantástico, mas é do tipo que o espectador vai identificar sua assinatura no primeiro minuto em que assistir um filme dele. E isso é algo muito raro nos dias atuais.
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