Não é de hoje que o cinema brasileiro vive de películas de cunho humorístico, com tendências comerciais e lucrativas. Com raríssimas exceções, a maioria desses filmes acabam em um resultado final lamentável, porém, que levam um número exorbitante de espectadores e faz com que o objetivo inicial seja alcançado: Ganhar dinheiro.
Em De Pernas pro Ar 2, com sucesso de seu sex shop, Alice (Ingrid Guimarães) é afastada por ordem médica devido a seu excesso de trabalho, justo na semana em que ela e sua sócia, Marcela (Maria Paula), estão para fechar um contrato de abertura de sua primeira loja em Nova York. Alice, então, convence sua família a viajar para a terra do Tio Sam, com o argumento de que vai tirar férias e relaxar. No entanto, apenas programou a viagem para que pudesse acertar sua negociação. A direção novamente é de Roberto Santucci.
O filme segue a linha criativa do primeiro, desde sua preocupação excessiva com o trabalho, até a suas crises familiares pelo mesmo motivo. Porém, a evolução no roteiro é significativa, principalmente pelas esquetes humorísticas, desta vez, menos clichês e melhores trabalhadas, com destaque na cena em que Alice vai para o Spa, com ótimas participações da humorista Tatá Werneck, uma cleptomaníaca viciada em internet, e Luiz Miranda, fazendo uma sátira do jogador de futebol Vagner Love. Outra participação de sucesso é do ator Rodrigo Sant’anna, em uma boa sequência dentro de um restaurante que envolve o elenco inteiro.
No elenco principal, Ingrid Guimarães e Maria Paula praticamente levam o filme nas costas, a primeira principalmente. Ingrid se mostra mais madura e a vontade no papel. É nítido seu talento no ramo humorístico. Já o restante do elenco, apesar de bom, não fazem nada de excepcional, apenas são eficientes, cada um tem seu destaque na hora certa.
Infelizmente, o filme não é feito apenas de qualidades. Mesmo que algumas cenas sejam filmadas na cidade de Nova Iorque, em alguns momentos, é perceptível o uso de chroma key, o que nos dá a impressão de superficialidade. Outro ponto fraco, são as excessivas exposições de marcas, isso acaba se tornando algo cansativo aos nossos olhos. A publicidade pode existir, mas não da maneira explícita que se é feita. Infelizmente, a mentalidade dos produtores brasileiros ainda está a anos luz atrás de outros países, e isso atrasa nossa evolução, cinematograficamente falando.
Dificilmente as comédias brasileiras acertam a mão em seus filmes. Dessa vez, teve sucesso. É divertido, o roteiro funciona, ótimo para assistir com a família e sem pretensões. O que não pode acontecer, é o mercado viver apenas desse gênero, que vem sendo utilizado exaustivamente. Afinal, já mostramos que temos qualidades tanto em elenco, quanto em produção.
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