007 - Operação Skyfall


Quando Daniel Craig foi escolhido para viver o espião mais famoso do cinema, em 2005, a crítica internacional o considerava uma incógnita, apena os ingleses conheciam seu potencial pelo fato do ator ter estrelado muitas peças de teatro e alguns filmes conhecidos mundialmente, como Munique. O objetivo da franquia era fazer com que o agente secreto se adaptasse às novas tecnologias dando um ar de renovação à série.
Primeiro em Casino Royale (2006), onde Craig dava indícios de seu potencial para se firmar como Bond, mostrando um lado mais humano do espião. Já em Quantum of Solace, época em que a MGM já não andava muito bem das pernas, o ator não foi tão bem assim, foi execrado pela crítica mundial, o que colocou sua reputação e competência em xeque. Um ano depois, a MGM cancelou as filmagens da sequencia, alegando uma possível falência, e até mesmo a possibilidade de leiloar os direitos de distribuição da franquia 007. Pois bem.  No ano seguinte, a MGM conseguiu se reerguer e manteve a série intacta, e, para nossa sorte, as filmagens foram retomadas.

É nítido que esse espaço de quatro anos entre crises e paralizações, foi de extrema importância para o andamento da série mais tradicional da sétima arte. Primeiro pelo fato de ter sua estreia marcada para o ano em que se completam cinquenta anos do lançamento do primeiro filme (Satânico Dr. No). Segundo, foi o tempo de amadurecimento de Daniel Craig.

Se o público reclamava pelo fato de nos filmes anteriores, James Bond não tomar o tradicional Dry Martini batido, não mexido e andar apenas com carros esportivos. Operação Skyfall tenta nos aproximar ao máximo dos clássicos, incluído até o tradicional Aston Martin DB5, e a música tema composta por Monty Norman em inúmeras partes do filme. Até mesmo aquelas clássicas arrumadas de gola ou mangas e apenas uma mão no bolso do terno estão de volta

007 – Operação Skyfall, o Agente 007 é ferido durante uma missão mal sucedida e dado como morto pelo governo britânico. Ele, no entanto, vê a situação como a chance de se aposentar e deixar para trás a vida de arriscadas missões. Ao ficar sabendo de um ataque terrorista à sede da agência MI6, em Londres, o agente decide voltar ao serviço, colocando-se a disposição de M para apanhar o responsável pelo crime.

Um dos principais fatores que contribuíram para a melhora da trama foi o fato da organização terrorista Quantum ter sido deixada de lado. Não que organização não fosse interessante, mas era necessária uma renovação em questão de antagonistas icônicos, algo que os dois primeiros filmes não tiveram.

Se Sam Mendes se inspirou em algum vilão, com certeza foi o irreverente Coringa de Heath Ledger: Insano, sarcástico, sádico, com visual estranho e o tipo de pessoa que sabe viver no caos. O vilão Silva é exatamente assim, mas ao contrário dos vilões anteriores, que possuíam pretensões globais, esse busca sua redenção em uma vingança pessoal, motivado por um passado envolvente e revelador, o que aumenta ainda mais a qualidade do roteiro. A escolha de Javier Bardem foi cirúrgica, o ator se consagra em sua melhor atuação, colocando o personagem Silva no hall de maiores vilões da franquia.  Silva consegue cativar o público não só por sua personalidade forte e frases marcantes, mas, sim, por utilizar sua inteligência para o terrorismo através de uma arma letal nos dias de hoje, a tecnologia digital.

Se não for absurdo falar que existe uma química entre o protagonista e o antagonista, mesmo os dois se caçando o filme todo, é totalmente plausível, se não lógico, utilizar desta descrição para James Bond e Silva. Os diálogos protagonizados por eles arrancam inúmeras risadas da plateia, sem contar o embate entre eles.  Os dois foram feitos um para o outro

Outro destaque é a excelente atuação de Judi Dench, mais uma vez no papel de M, que passa a ter um papel mais ativo e essencial para o andamento da história. M passa a sofrer pressões políticas para sua aposentadoria e a descrença do governo inglês para com sua competência, e a própria utilidade da MI6. M se mostra capaz de passar por cima das autoridades para defender o que tanto ama: seu trabalho, a agência, e, claro, James Bond.

Mesmo que a referência em relação à franquia O Cavaleiros das Trevas de Nolan, já tenha sido usada, é necessário falar que elas não ficam apenas no vilão, mas também no herói. É totalmente perceptível a preocupação de Sam Mendes em mostrar o lado humano de Bond. O agente órfão que, mesmo sendo pouco, ainda tem sentimentos e dúvidas de seu passado.

Ben Whishaw faz o papel de Q, finalmente reintroduzido na história. Dessa vez mais jovem e inteligente, descreve exatamente a revolução tecnologica que a franquia presencia com apenas uma frase: “Faço mais estrago no mundo deitado numa cama com um computador, do que você em campo.” 

Bérénice Marlohe é a Bond Girl da vez, a misteriosa Severin, uma pena ser pouco explorada. O elenco conta também com Ralph Fiennes, que entra como um grande destaque, e muito importante para as continuações da franquia.

Com assuntos convenientes com a época atual e cenas de ação frenética do começo ao fim, Operação Skyfall já mostra a que veio na cena inicial, com uma bela sequencia de perseguição.  Uma justa e singela homenagem a esse personagem que está há 50 anos na ativa.

Quanto ao Daniel Craig? Ele é definitivamente Bond, James Bond.


Nota:

Um comentário

  1. Vinícius, ainda não fui assistir, mas depois de ir, comentarei novamente!!
    Se ele voltou a tomar seu drink, andar com o seu Aston, tocar várias vezes a música tradicional e retomar seus trejeitos..aí sim!!Mas se não tiver a sua tradicional fala:"James, my name's James Bond,me retirarei do cinema!!kkkkkkkkkkkkkkkk
    Não li o resto, pq não quero saber nada da estória, para ser surpresa total..........então voltarei depois..........
    Lígia...lígia maria!! kkkkkkkkkkkkk
    bj

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