Minions



Filmes de desenho sempre foram vistos como um produto a ser explorado. Quando eles estouram em bilheteria, diversos itens para as crianças e até mesmo para os pais são colocados à venda para aumentar ainda mais o retorno financeiro. Um dos fatores para que isso ocorra é ter um personagem de destaque além do protagonista para manter a mercadoria viva no mercado. Como? Lançando um filme solo sobre ele algum tempo depois do original. 

O Gato de Botas, Os Pinguins de Madagascar e Procurando Dory são três bons exemplos de que esta é uma boa fórmula para manter um franquia viva. Mas até hoje, nunca houve um alvoroço tão grande pelos pequenos seres amarelos de Meu Malvado Favorito (1 e 2). Sim, os Minions acabam de ter seu filme solo lançado no cinema. E, bem...que trailer legal, né? 

Ninguém até então sabia a origem destes simpáticos bichinhos, e é este o foco do longa. Depois da morte de seu chefe, Kevin, Bob e Stuart seguem viagem para encontrar um vilão para servir e encontram Scarlett Overkill, uma vilã charmosa cujo objetivo é dominar o mundo. 

Numa ótima introdução, o público viaja no tempo para saber um pouco mais da trajetória deles e alguns de seus chefes como um Tiranossauro Rex, um Faraó, Drácula e Napoleão. Claro, esta seria uma ótima sequência no cinema se ela não estivesse em todos os trailers do longa. 

O maior problema de Minions é exatamente esse: Não há um fator de novidade, nem uma boa cena para darmos risada a não ser as que estão inseridas no trailer. Não dá para entender qual a razão disso, tendo em vista que só seu nome carrega uma força grande por parte dos fãs, mas é fato que excesso de informação na divulgação atrapalha muito. Há diversas maneiras de se divulgar um longa sem a necessidade de entregá-lo ao público. Jurassic World, por exemplo, divulgou pouquíssimas informações e acabou sendo uma grata surpresa no ano.  

Mas afinal, como fazer um longa sobre personagens que possuem língua própria, que aparecem nos filmes originais em momentos esporádicos e dividem o alívio cômico com outros personagens? Pois é, não é fácil e o diretor Pierre Coffin provou que era necessário uma dedicação a mais no fator roteiro, algo que não aconteceu. 

A impressão é de que o filme foi feito às pressas, sem a preocupação de entregar uma boa história. Achar que apenas os próprios minions falando e fazendo graça segurariam a barra por 90 minutos é muita ingenuidade. O sucesso deles se deve ao bom enredo do primeiro Meu Malvado Favorito e sua sequência, onde apareciam para arrancar risadas do público. Desta vez, não dá pra fazer isso sempre, e era neste momento em que a história deveria aparecer. 

Mas ok, ainda assim existe uma salvação. Afinal, estamos falando dos minions, os seres mais encantadores da história das animações. E sim, eles conseguem arrancar sorrisos do público. Além disso, Kevin, Stuart e Bob são muito bem desenvolvidos e nos conquistam do início ao fim. É perceptível um pouco da ligação entre eles com as três irmãs do original. Os três são, claramente, Margo, Edith e Agnes na versão baixinha e amarela. Destaque para Bob, o caçula da turma, que encanta e deixa o espectador com vontade de levá-lo para casa de tanta fofura. 

Porém, estes são os únicos personagens que simpatizam com o público. Scarlett Overkill (dublada por Sandra Bullock e bem abaixo da média por Adriana Esteves na versão brasileira) não é uma vilã carismática e tudo parece soar superficial demais para seu peso na trama. 

Bem mais infantilizado do que deveria em vista de seu público médio e seus antecessoresMinions diverte, mas peca pela falta de história, de novidade e é a prova viva do cinema comercial: Destinado a um grande nicho, com intuito de vender produtos sem se preocupar muito com o que está na tela. Mas anime-se, apesar de tudo, ver estes pequenos seres amarelos fazendo graça por uma banana ainda nos faz sair sorrindo do cinema.

Nota.

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