Kubrick é destaque na 37ª Mostra Internacional de Cinema


O período mais aguardado dos cinéfilos paulistanos finalmente chegou. A 37ª Mostra Internacional de Cinema teve seu início nesta quinta-feira (17) no Auditório do Ibirapuera. O evento contou com alguns ícones no cinema nacional, internacional, patrocinadores e políticos e teve a exibição de Inside Llewyn Davis, novo filme dos irmãos Ethan e Joel Coen, dando assim a largada.

Serão exibidos mais de 360 filmes do dia 18 até 31 de outubro por toda a capital com ingressos variando entre R$ 15 a R$ 19 e algumas exibições gratuitas. Veja abaixo alguns relatos do que o festival representa à cidade.
 

Marina Person e Serginho Groisman
Foto: Vinícius Machado
 
Danilo Miranda, diretor regional do Sesc acredita que a mostra tem um papel fundamental para a cidade e para as pessoas que gostam de cinema. “São Paulo está antenada e na mesma vibração que todas as principais capitais do mundo. E uma mostra de cinema aqui, a torna mais conectada com o que acontece no mundo inteiro em termos de cinema”, diz o também sociólogo.

Já para a atriz Betty Faria, é o evento mais importante que tem. “São 37 anos, vários gêneros de filmes, é uma mostra internacional e é uma honra ser convidada para participar”.

“A cidade é inundada por cinema. É maravilhoso ver São Paulo se tornar cinéfila, e a mostra, pela longevidade que tem é importante, pois ela é implantou o gosto por cinema na cidade”, diz a cineasta Tata Amaral, uma das principais idealizadoras do cinema nacional, que garante ainda não ter terminado seu roteiro de filmes para assistir, mas adianta que “Inclui os brasileiros, Kubrick, mostras especiais, um filme venezuelano chamado Pelo Malo. Normalmente meu roteiro sempre inclui os que não serão lançados aqui”.

Kubrick, Kubrick, Kubrick

Apresentada por Serginho Groisman e Marina Person, cerimônia de abertura contou com diversos de políticos e colaboradores. Nadia Campeão, prefeita em exercício de São Paulo anunciou que, com o apoio das demais esferas de governo, a prefeitura encaminhará à Câmara ainda no mês de outubro, durante a Mostra, o projeto de criação da SP Cine, uma agência de fomento à produção cinematográfica na cidade.

Mas quem roubou a cena, definitivamente foi um dos homenageados da Mostra. Não, Stanley Kubrick não retornou dos mortos, mas foi muito lembrado por seus familiares, presentes na apresentação.
Jon Harlan/Foto: Vinicius Machado

Jon Harlan, cunhado, e braço direito de Kubrick subiu ao palco sob aplausos e iniciou seu discurso lembrando do diretor americano. “Eu imagino que Stanley possa olhar para nós agora. Ele certamente se enxergaria São Paulo como uma pintura de sua mulher”, disse Harlan de maneira nostálgica. "Ele diria: 'Uma retrospectiva minha em São Paulo e uma exibição do meu trabalho? A Warner e outros estúdios apoiando? Eu devo estar sonhando'. Mas é verdade”, completou arrancando risadas da platéia.

O produtor lembra também de sua passagem pelo Brasil para aprovar cópias de Barry Lyndon, e de como ficou encantado com o Rio de Janeiro. “Precisei abandonar minha imagem do Brasil de selva e macacos. E fiquei ainda mais feliz porque o filme foi um sucesso no país”, disse bem humorado.

“Espero que Stanley veja isso e saiba que o seu trabalho permanece", disse Jon Harlan, encerrando seu discurso.

Christiane Kubrick/Foto: Vinícius Machado
Outra estrela da noite também tem ligação direta com o diretor renomado: Christiane Kubrick, viúva de Kubrick, artista plástica e autora da pintura que estampa o cartaz da Mostra deste ano foi recebida também com muitos aplausos.

“Não mereço tudo isso. Stanley ficaria feliz e emocionado com tanta atenção em São Paulo, mas ficaria horrorizado em me ver fazendo um discurso”, disse.

Ela lembrou de quando pintou a obra, durante as filmagens de Barry Lyndon, na Irlanda e tratou de contar algumas histórias sobre a pré-produção do filme.

Ao fotografar um dos locais de filmagem, o diretor acabou se enroscando em urtigas e espinhos. Depois, fugiu de um touro escalando um paredão de pedras.

“Ele era apenas um garoto de Nova Iorque, não conhecia aquilo, apenas pedras”, conta a alemã rindo.

"Ele era muito fechado e perguntávamos se ele estava bem, ele dizia que sim, e quando chegamos em casa, diisse que tinha que tomar um banho antes do jantar, quando o vi sem roupa, tinha hematomas e feridas por todo o corpo. Na estreia do filme, enquanto todos admiravam aquelas paisagens, ele disse em meu ouvido: 'Espero que eles adorem, porque meu sangue está todo alí’”, finalizou, recebendo flores das mãos de Renata de Almeida, diretora da Mostra.


Os pacotes de ingressos estão à venda na Central da Mostra, localizada no Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2073).
Veja abaixo os preços dos ingressos:

-Permanente integral: R$ 410
-Com desconto para assinantes da Folha: R$ 348,50
-Permanente especial (para sessões de 2ª a 6ª feira até as 17h55, não contemplam finais de semana e sessões noturnas): R$ 95
-Permanente especial com desconto para assinantes da Folha (para sessões de 2ª a 6ª feira até as 17h55, não contemplam finais de semana e sessões noturnas): R$ 80,75
-Pacote com 40 ingressos: R$ 300
-Pacote com 20 ingressos: R$ 175
-Ingressos individuais: Seg, ter, qua e qui: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia); Sex, sab e dom: R$ 19 (inteira) e R$ 9,50 (meia).
* Para adquirir ingressos no dia da sessão, somente nas salas de cinema.
* A Central da Mostra não vende ingressos avulsos, apenas os pacotes.
http://www.ingresso.com

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