Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler resolveu
declarar seu amor pela arte e decidiu construir aquele que seria o maior museu
do mundo, o Führer Museum, na cidade de Linz, onde nasceu. Para tornar seu
sonho em realidade, o ditador confiscou milhares de obras de arte e as escondeu
em diversos depósitos.
Ao fim da guerra, uma boa quantidade dessas obras voltaram
para seus respectivos donos graças a um grupo de acadêmicos que foram à guerra
para auxiliar a operação. Eles eram chamados de Monuments Men.
Baseado nesses fatos, George Clooney dirige e roteiriza Caçadores de Obras-Primas, filme que
conta a história de um grupo de oito homens que decidem recuperar essas obras
confiscadas pelo Führer.
Clooney também
atua como protagonista e nos faz lembrar de seu personagem em Onze Homens e Um
Segredo, em que interpreta, também, o responsável por recrutar um grupo de
homens para uma missão. No entanto, o resultado deste atual é um filme um tanto
quanto sonolento.
O longa tinha tudo para explorar um tema inédito em filmes
de guerra, mas opta pelo entretenimento, que, de certa forma não é um erro, já
que nesse quesito ele funciona. Ele até consegue nos comover em certos momentos
que mostram o peso de uma guerra, porém, peca muito na falta de ritmo, que destoa
em uma edição cansada e aparentemente feita às pressas.
A trama perde muito ao querer mostrar todos os
acontecimentos com velocidade, pois apesar de bom elenco e estrutura, não
temos tempo de criarmos vínculos com nenhum dos personagens. A parceria entre Jean Dujardin e John Goodman é a que mais consegue nos passar algum tipo de emoção,
mas isso só acontece em uma ou duas cenas. O restante da equipe pouco tem a
mostrar.
Não que o trabalho dos atores seja ruim, muito pelo
contrário, Clooney, Balaban e Murray desempenham bons papéis e os dois últimos acertam no quesito
cômico. Já o primeiro é destaque como deve ser: O líder que centraliza as
informações da equipe.
Como entretenimento, Caçadores
de Obras-Primas é uma ótima pedida, mas um filme que tem um elenco de peso
e uma história fantástica para ser contada não pode se contentar com isso. George Clooney coloca sua boa direção
em conflito com o roteiro superficial e perde a chance de mostrar ao mundo o
que a arte foi capaz de fazer em um ambiente tão hostil como a Segunda Guerra.
Nenhum comentário